Valle del Bío Bío - uma DOC comprometida com vinhos chilenos de alta qualidade

LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA

Ao longo da história da viticultura no Chile, o Vale do Bío Bío, situado na província e região do mesmo nome, foi considerado como um dos territórios limite, devido às suas condições climáticas e geográficas, para o cultivo da vinha. Nas últimas décadas, esta filosofia mudou, e hoje podemos encontrar vinhas em zonas ainda mais meridionais do país, como os vales de Cautín e Osorno. Historicamente, tem sido também uma denominação caracterizada pelo trabalho com vinhas rústicas destinadas principalmente ao vinho de mesa, com uvas Moscatel para produção a granel e exportação. Nos últimos anos, algumas vinhas do Vale do Bío Bío concentraram-se na produção de vinhos de qualidade superior, principalmente pinot noir e, em menor medida, chardonnay e sauvignon blanc. As variedades vermelhas de ciclo curto são favorecidas por climas frios e húmidos, razão pela qual o pinot noir se tornou uma variedade altamente valorizada no Bío Bío.

SOLOS

Os solos da denominação de origem do Vale do Bío Bío são arenosos e pedregosos com depósitos fluviais. Outros factores importantes são o granito da cordilheira costeira, os depósitos aluviais e a presença de ardósia nas terras mais próximas da costa, o que torna possível a produção de vinhos de alta qualidade.

A actividade vitivinícola tem lugar principalmente na zona semi-úmida e húmida, basicamente em quatro tipos de solos: barro vermelho, barro castanho, ñadis e trumaos. Esta área inclui os vales do Bío Bío e Malleco, onde a presença de depósitos vulcânicos partilha frequentemente espaço com condições aluviais, principalmente contribuídas pelos rios da zona como o Laja, Mulchén e Bío Bío.

Os solos vulcânicos no Chile são bastante jovens e de Curicó para o sul começam a ser perceptíveis à superfície com cinzas vulcânicas, areias vulcânicas e púmice. A sul do rio Bío Bío a depressão intermédia toma a forma de uma planície ondulada, com colinas suaves acima dos 400 metros acima do nível do mar, e várias adegas puseram os olhos nela para ver o que este lugar pode dar.

Há ainda muito a compreender sobre os solos vulcânicos, como o papel da sílica e da porosidade das cinzas e o que acontece à diversidade dos minerais. Isto, juntamente com a interacção de um clima frio e húmido, irá definir como será a área no futuro.

Continuando ao longo da linha costeira para o sul, estão hoje a ser gerados novos projectos, que mantêm características semelhantes: a Cordilheira Costeira e as suas rochas graníticas estão sempre presentes, juntamente com as fozes dos rios que fornecem o aluvião. Em muitos sectores das regiões Ñuble e Bío Bío perto da costa, existe a famosa rocha metamórfica chamada ardósia, que, dadas as suas características, permite o desenvolvimento de vinhas e vinhos qualitativamente superiores. É importante o aparecimento de alguns projectos únicos em relação ao solo onde estão localizados.

CLIMA

O clima na denominação de origem do Vale do Bío Bío é mais fresco do que nas denominações vizinhas, especialmente em torno do rio que dá o seu nome ao vale. Vento e chuva são também elementos meteorológicos persistentes neste vale, mesmo durante os meses de Verão. Estas condições climáticas são favoráveis às vinhas que necessitam de um longo período de maturação. As condições climáticas frias, desde o Bío Bío até ao sul, uma adaptação muito boa de variedades como o chardonnay, pinot noir, sauvignon blanc e riesling, que dão resultados promissores devido à sua frescura e acidez.

Os vales costeiros frios são definidos pela sua proximidade com o mar. O Oceano Pacífico ou o aumento da latitude sul são as duas variáveis que geram temperaturas mais baixas, especialmente nos meses de Verão, e a precipitação anual pode atingir 1.100 mm de chuva por ano.

VARIEDADE DE UVA

A denominação de origem do Vale do Bío Bío tem um microclima muito particular que torna possível condições muito adequadas para o cultivo de variedades de uva branca, bem como variedades de uva vermelha adequadas para climas frios. No passado, a actividade vitícola concentrava-se em torno de castas chilenas e videiras de maturação tardia, que nas últimas décadas foram substituídas por pinot noir, chardonnay e sauvignon blanc. O clima frio é um limite para variedades de ciclo longo como Cabernet Sauvignon e Malbec. Ao lado deles encontramos outras variedades como o cinsault ou Muscat de Alexandria.